sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Entendendo Babesia - sim ela mata!!! e sim tem cura!!!

Recentemente meus vizinhos perderam a cachorrinha deles por causa da babesiose, essa doença silenciosa que leva cães a óbitos o tempo todo. Trataram por quase um mês, mas não houve sucesso e a pobrezinha faleceu.

Vamos entender um pouco do que se trata essa doença:


A Babesia é  uma doença transmitida através do carrapato marrom (Rhipicephalus sanguineus), o famoso “carrapato do cão“. Ela é causada pelo protozoário Babesia canis, que infecta e destrói os glóbulos vermelhos (diferente da Erliquiose, que é causada por uma bactéria que destrói os glóbulos brancos).

O carrapato do cão (Rhipicephalus sanguineus) é encontrado no meio ambiente muito facilmente, como canis, muros, telhados, batentes de portas, troncos e cascas de árvores, parte de baixo de folhas e plantas, residências e lembre-se o carrapato tem predileção por subir nas paredes e sua desova é sempre no alto de muros e paredes. 


Importante lembrar que os carrapatos não vivem sem um hospedeiro, pois precisa de seu sangue para sobreviver, sugando-o até ficar saciado. Depois de se alimentar, eles se soltam do hospedeiro até precisar de sangue novamente e partir em busca de um outro animal cujo sangue irá servir de alimento.


O carrapato é infectado quando se alimenta do sangue de um cão com Babesiose. Uma vez ingeridas as babésias, elas se instalam e contaminam os ovos que serão postos pelo carrapato fêmea. Depois de já terem contaminado os ovos, as larvas e as ninfas, esses protozoários se fixam nas glândulas salivares do carrapato adulto e se multiplicam neste lugar. Quando este carrapato contaminado for sugar o sangue do próximo hospedeiro (cão), irá infectar este cão com a Babésia.







Muitas infecções por Babesia canis são inaparentes. Em alguns casos, os sintomas clínicos se tornam aparentes apenas após esforço (decorrente de exercício esgotante), cirurgias ou outras infecções.

Tipicamente os sintomas da Babesiose são: febre, icterícia (membranas amareladas),urina escura (“cor de café”), fraqueza, depressão, falta de apetite, membranas mucosas pálidas e esplenomegalia (aumento do baço). Podemos encontrar ainda perturbações da coagulação e nervosas. Por isso é sempre bom estar atento ao comportamento do seu cão. Se de repente ele ficar prostrado, triste, apático, sem ânimo e com atitudes anormais para seu temperamento, investigue imediatamente o que pode estar ocorrendo. Ele pode estar apenas enjoado, mas ele também pode estar infectado, com Babesiose ou Erliquiose, ambas as doenças podendo ser chamadas de “Doença do Carrapato”.


Apatia, tristeza, prostração,cansaço

Mucosa pálida


Nos exames de laboratório (sangue), os sintomas mais frequentes são: anemia, aumento dos níveis de bilirrubina no sangue, presença de bilirrubina e hemoglobina na urina e diminuição do número de plaquetas. É muito comum a presença de quadros de insuficiência renal aguda.

A babesiose é uma causa infecciosa de anemia hemolítica. O espectro da doença varia de uma anemia leve, clinicamente silenciosa, a uma forma fulminante com marcada depressão e achados clínico-patológicos consistentes com coagulopatia intravascular disseminada.
O tratamento da babesiose vai abranger duas questões: o combate ao parasita e a correção dos problemas que foram causados por este parasita (como a anemia e a insuficiência renal, por exemplo).

Atualmente, os veterinários possuem à sua disposição piroplasmicidas (Babesicida) capazes de destruir o parasita. O tratamento das complicações da doença, que é indispensável, consiste por exemplo na cura da insuficiência renal (por diferentes meios, entre os quais a hemodiálise, ou seja, o rim artificial), além de serem tratadas as demais complicações da doença.



Essas graves complicações, como a insuficiência renal e a anemia aguda, podem levar à morte do cão. Por isso é tão importante diagnosticar a Babesiose Canina o mais rápido possível, assim as sequelas hepáticas e renais são evitadas ao máximo.
Portanto tem cura sim, é tratável sim, mas vai depender da resposta do animal ao tratamento, e do grau em que a doença se encontra.


A melhor maneira de prevenir essa doença é evitando os temíveis carrapatos. É importante desparasitar frequentemente o local onde o cão vive e o próprio cão também. Uma maneira simples e eficaz é manter a grama do jardim sempre curta, para evitar que carrapatos se escondam por baixo das folhas. Outra forma eficaz é a aplicação da “vassoura de fogo” ou “lança chamas” nos muros, canis, estrados, batentes, chão etc., pois elimina todas as fases do carrapato: ovos, larvas, ninfas e adultos. Para desparasitar o cachorro, existem vários métodos: pós, sprays, banhos, coleiras anti-parasitas, medicamentos orais, etc. Ainda não há uma vacina eficaz contra a doença.

Portanto não espere demais quando reparar que seu animalzinho esta abatido e anêmico, ou com febre, mesmo que haja uma melhora o correto a fazer é leva-lo a uma clínica para a realização de são exames e assim ter certeza que seu amigo esta bem e saudável.